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Moça com diploma na mão
Foto por Felipe Gregate no Unsplash

Todo mundo que trabalha no setor de impacto, ou já fez essa pergunta antes de entrar no setor ou recebeu essa pergunta de alguma pessoa candidata. Esse pensamento vem conectado ao setor “tradicional” que diz que, para você trabalhar em uma área, você precisa ter um curso que te capacite naquela área, certo?! Errado! As carreiras são fluidas e transitórias, e isso já é senso comum em todos os setores de trabalho, inclusive no setor de impacto. Entenda como funciona o olhar para cursos dentro do setor:

Cursos não determinam cargos

Salvo em cargos de especialistas ou com atividades muito específicas que exigem certificações de normas e/ou técnicas, está cada vez mais comum que os requisitos para a ocupação de um cargo não estejam atrelados à uma formação ou curso específico, constando apenas um nível educacional genérico como ‘Ensino Superior’, ou um grupo de cursos da mesma área do conhecimento, exemplo: Administração, Contabilidade, Engenharias e outras área correlatas. Isso acontece pois entende-se que o nível de educação requerido engloba o conjunto de habilidades básicas para a vaga. Não necessariamente há uma necessidade de conhecimento específico de um ou outro curso.

Outro ponto a se considerar é que os cargos são definidos por um escopo com um conjunto de conhecimentos e habilidades necessárias para o exercício da função. Assim, é pouco comum que um curso único passe por todo o escopo de uma vaga, até mesmo pelo fato de formações com o mesmo nome podem ter abordado diferentes conteúdos programáticos, o que poderia ocasionar grandes desalinhamentos de expectativa em termos de conhecimento teórico e aplicação prática.

Nenhum curso vai te “ensinar” a trabalhar

Ter um certificado de X horas de algo não garante que você é capaz de fazer esse algo, e os recrutadores sabem disso.

Com a popularização dos cursos online e gratuitos, não é difícil encontrar pessoas com várias certificações, mas com poucas habilidades práticas e sem evidências dos resultados que conseguem entregar. Acontece tanto para os cursos livres quanto para o ensino superior e demais níveis, pois a função da academia, de forma geral, não é fazer você aprender a trabalhar, mas sim te apresentar a um conjunto de conhecimentos e metodologias para que, na rotina do trabalho, você tome a decisão do que aplicar e como vai adaptar o conteúdo às variáveis controláveis e incontroláveis, não previstas no contexto acadêmico.

Para tangibilizar esse aspecto, imagine que fez um curso de comunicação não violenta e sabe o passo a passo para lidar com situações que precisam desse tipo de autocontrole. O curso foi realizado em um ambiente sem pressão e sem interação com pessoas de sua convivência, mas, na prática, o momento em que precisar utilizar essa habilidade está rodeado de estresse, níveis hierárquicos de autoridade e risco e, apesar da orientação do curso, você precisará fazer uma leitura da situação e tomar decisões rápidas para lidar com a questão, de forma que consiga agir com alinhamento ao ensinamento, mas também adaptando à sua vivência.

Como estar mais alinhado(a) às oportunidades

O setor de impacto tem grande urgência por profissionais qualificados em fazer e, não necessariamente pessoas que acumulam certificações.

Então, uma forma de estar mais próximo(a) à expectativa dos recrutadores é focar na produção de experiências com as temáticas do ecossistema, seja de forma mais genérica e abrangente ou como especialista. Invista seu tempo em entender o contexto dos diferentes tipos de organização do ecossistema de impacto e praticar o máximo possível as habilidades necessárias para o dia a dia do trabalho, que estão mais distantes de conceituações de ESG, Sustentabilidade e outros termos, e estão mais próximas às práticas como: escrita de relatórios de sustentabilidade, Análise de dados de impacto, entre outros…, cada vaga e organização demanda uma habilidade prática diferente.

Os cursos podem até te ensinar, mas a função de aprender e colocar em prática sempre será sua.

Fica a recomendação também do podcast Impacto na Encruzilhada, onde no episódio 50 o Fábio Deboni trata sobre esse tema, trazendo o seu olhar de experiência em diversos tipos de organizações do setor.

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A opinião da autora não necessariamente representa a opinião do Idealist.org

Bárbara Ferreira, da Trabalhar com Impacto, é especialista em processos seletivos e orientação de carreira para o setor de impacto.

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