Contação de Histórias para Captação de Recursos
A contação de histórias é uma maneira eficaz de apresentar realidades com potenciais atraentes para novos doadores e assim conseguir arrecadar dinheiro para organização.
Generalizar a partir de casos específicos
Contar um caso particular permite chamar a atenção para uma causa maior. Este é geralmente o caso nos meios de comunicação social, que se baseiam num fato particular para questionar realidades mais globais. Por exemplo, quando alguém relata sua história após uma tragédia como uma inundação, o que costuma ocorrer é um debate público sobre políticas de infra-estruturas e habitação.
A ideia similar pode ser transferida para organizações sociais, que ao divulgar uma história de beneficiários pela ação da instituição pode fazer com que as pessoas se interessem pela causa da organização, pelos projetos e pela forma do trabalho e assim, colaborem com este. Primeiro, deve atrair a empatia sentimental com a missão da organização para depois gerar ações concretas para ajudá-las. É por isso que a princípio se conta uma história para emocionar e aproximar as pessoas da causa.
Ajuda a entender o doador
Contar a história de um beneficiário das ações da instituição, geralmente, ilustra e facilita a compreensão do que a organização faz. Desta forma demonstra-se concretamente como ela ajuda a mudar o mundo no dia a dia. Acima de tudo, permite que o doador compreenda perfeitamente como pode impactar a vida de outras pessoas ao doar para esta organização.
A história ilustra como o dinheiro é usado e como ele poderá ajudar a resolver problemas reais.
Estudos demonstraram que quando os doadores ouvem uma história são duas vezes mais generosos. Mesmo que o doador seja uma pessoa racional que gosta de indicadores concretos, ele também é um ser emocional que se mobiliza se ouve algo que o surpreende ou entusiasma.
3 elementos fundamentais de uma boa história
Acreditamos que existem três elementos fundamentais para narrar uma história que cative o doador:
- O personagem: é sempre melhor escolher uma pessoa e nomeá-la como a personagem da história do que um grupo ou fundação, pois ao falar da vida pessoal é mais fácil para o doador se identificar com o protagonista da história.
- Desejo: o personagem deve ser humanizado, ser o protagonista e deve ter objetivos identificados que possam ser transmitido com simplicidade. Por exemplo, o desejo de mudar o seu mundo é a força motriz e o centro da história.
- O conflito ou clímax: Para personagem alcançar seu desejo, deve enfrentar obstáculos e superá-los. Isso adiciona tensões e curiosidade pela história. Porém, também, deve mostrar os pontos negativos de emoções, assim aproxima o público ao protagonista da história.
Entrevistas, fontes de grande história
Contar histórias sim, mas...Onde e como encontrá-las? Na própria organização! Pessoas que recebem ajuda, voluntários, membros da organização, doadores, etc, todos estão ali, falta apenas alguém estar disposto a escutá-los. Ou seja, todos têm uma boa história para relatar. Uma das maneiras de abordarem é, por exemplo, respondendo perguntas. Indagar o motivo de ajudarem a instituição de trabalharem ali, ou como sua vida mudou desde que passaram a fazer parte da organização e muitas outras perguntas que possa se imaginar. Todo e qualquer detalhe é sempre importante para uma história bem narrada, e que pode interessar aos seus seguidores.
Uma entrevista bem-feita com os colaboradores da organização, torna-se uma fonte inesgotável de informações que ajudam a criar empatia e potenciais doadores a se interessarem pela missão da organização. Na hora de fazer suas entrevistas não se esqueça do objetivo, a que ponto você quer chegar com essa ou aquela história.
Por exemplo: mostre uma ação específica da organização, explique a utilidade do dinheiro recebido por meio de doações, etc. Mas, não seja muito rígido e inflexível, deixe a pessoa falar e se expressar, é daí que vêm as melhores histórias!
O papel das imagens
Estudos mostram que o ser humano é mais visual do que verbal, uma boa história sem uma imagem marcante para ilustrá-la e chamar a atenção é muito menos eficaz para atrair o doador. Recomendamos escolher fotos atraentes, os rostos humanos sempre desafiam efetivamente os sujeitos, por isso o retrato do entrevistado é um recurso simples e eficaz.
Redes sociais: gere debate e troca em torno da sua história
Depois de ter uma história emocionante e uma boa imagem para ilustrá-la, só falta o essencial, a sua divulgação. Publique-a em redes sociais como Facebook, Twitter e outras, onde esteja presente para ser visualizada e divulgada entre o público geral. Isso permite focar a atenção na história da sua organização e gerar um debate em torno nos objetivos sociais da organização. Da mesma forma, promove o intercâmbio entre pessoas próximas a ela e, talvez, possivelmente o envolvimento deste público para que ajude a agregar novos doadores e dissipar a história da organização.
Agora só precisa encontrar alguém para contar a história da organização =)
Este artigo foi publicado originalmente Donaronline.org, a plataforma da Wingu para ONGs gerenciarem e melhorarem as doações que recebem.
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Em colaboração com Wingu, estamos iniciando esta série onde você descobrirá ferramentas gratuitas e receitas passo a passo para aproveitar ao máximo a tecnologia para a missão da sua organização.
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- Tradução: Maira Hallack
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Por meio do meu trabalho como voluntária, ajudo pessoas que não têm acesso ao sistema de saúde em Nova York, traduzindo eventos gratuitos de saúde do inglês para o espanhol e vice-versa e gerenciando atividades de extensão. Por sua vez, coordeno as mídias sociais da organização que atendo.